Filas de espera no SUS crescem 26% em 2024: São Paulo e Minas Gerais sob pressão

OPINIÃO

2/18/20252 min read

Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentou um aumento alarmante de 26% nas filas de espera por cirurgias eletivas, colocando em risco a saúde e o bem-estar de mais de 1,3 milhão de brasileiros. Apesar das promessas e do lançamento de programas como o Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), a realidade para muitos cidadãos, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, é de desesperança e negligência por parte do governo federal.

Embora a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tenha afirmado que o SUS realizou quase 14 milhões de cirurgias em 2024, o aumento nas filas reflete a ineficácia das medidas do governo federal, que não tem conseguido suprir a crescente demanda por esses serviços de saúde.


Enquanto a esfera federal falha em seus compromissos, estados como São Paulo e Minas Gerais têm se esforçado para mitigar a crise. Minas Gerais, por exemplo, tem investido na Política Opera Mais, que ampliou o acesso à saúde com recursos estaduais. Em 2024, foram investidos R$ 361 milhões, com a realização de mais de 230 mil cirurgias até novembro, representando um aumento de 24% em relação ao ano anterior. Esses esforços têm reduzido o tempo de espera e melhorado o acesso à saúde.


De forma similar, em São Paulo, foram realizados 1,2 milhão de procedimentos, com uma média de 3,2 mil cirurgias diárias, um recorde no estado. A Secretaria de Estado da Saúde reporta que o tempo de espera foi reduzido em até 82,6%, graças a programas como a Tabela SUS Paulista, que paga até cinco vezes mais por procedimentos cirúrgicos, com recursos 100% do Tesouro Estadual.


Enquanto isso, o governo federal continua com discursos sobre a reestruturação do SUS, mas não apresenta soluções claras e eficazes para resolver a crise, especialmente em São Paulo e Minas Gerais, os estados mais populosos do Brasil, que juntos somam mais de 600 mil pacientes aguardando por cirurgias. As promessas de redução de filas ainda não se concretizaram, deixando os pacientes à mercê de uma espera interminável, com riscos para a saúde.


O PNRF, que prometia agilizar os atendimentos, tem mostrado resultados abaixo do esperado, refletindo a falha do governo federal em distribuir recursos de maneira eficaz e em solucionar a crise no SUS. Embora o Ministério da Saúde continue com o discurso de “melhora contínua” e aumento da produção de cirurgias, os dados apontam para um fracasso nas ações de implementação. Isso tem levado a um crescente número de pessoas à espera de cirurgias, afetando diretamente a qualidade de vida de milhões de brasileiros.


Enquanto isso, a população segue aguardando respostas que nunca chegam. O governo federal falha na reestruturação do sistema, e não apresenta soluções efetivas para resolver as filas. Em contrapartida, os estados de São Paulo e Minas Gerais têm se esforçado para mitigar a crise com investimentos e programas que visam reduzir o volume de pacientes à espera de cirurgias. No entanto, esses estados, já sobrecarregados por uma grande demanda, sofrem com a falta de uma ação efetiva do governo federal, que parece distante das reais necessidades da população.